Melhoria no atendimento, maior segurança e proximidade com o paciente. Esses são alguns dos diversos benefícios da tecnologia que, infelizmente, encontram-se em desequilíbrio quando comparamos a saúde pública com a privada no Brasil.
Para se ter uma ideia, apenas cinco hospitais brasileiros possuem nível 7 da certificação da Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS), que é a maior organização sem fins lucrativos de Saúde Digital no mundo.
Dentre essas instituições, apenas uma é filantrópica e nenhuma é 100% pública.
Esse selo avalia o nível de maturidade dos hospitais em relação à adoção do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), sendo o nível 7 o mais alto.
Ainda sobre tecnologia na saúde, o estudo “A bold future for life science regulation” – Um futuro ousado para a regulamentação das ciências da vida, em português – da Deloitte, aborda diversos pontos sobre o complexo regulatório na saúde.
De acordo com a pesquisa, as ferramentas baseadas em tecnologias direcionam a economia e a eficiência das operações do sistema de saúde.
Assim, a adoção de tecnologias apropriadas ajuda a acelerar os processos, melhorar a efetividade e entregar de forma simplificada as necessidades do paciente e da indústria.
Isso porque, ainda conforme o estudo da Deloitte, atualmente, a indústria se encontra diante de um gap regulatório, onde há uma batalha para manter o ritmo da tecnologia e o que de fato chega para o paciente.
A pesquisa elenca sete pontos para uma plataforma robusta de regulamentação com apoio na tecnologia. São eles: transparência, cultura de transformação, convergência, qualidade, interconectividade e colaboração. Veja abaixo o gráfico:
Mas para alcançarmos essa realidade, principalmente na saúde pública no Brasil, ainda enfrentamos alguns obstáculos que abrangem desde a falta de investimentos como a própria cultura sobre digitalização.
Tais problemas acabam se tornando intrínsecos, uma vez que é necessário um olhar sobre o investimento em tecnologia sendo parte do negócio e não interpretado como um gasto.
A partir dessa visão, a tecnologia proporcionará para o setor melhores procedimentos, redução de custos, produtividade, eficiência, dentre outros ganhos.
Mas, além desses benefícios já conhecidos da tecnologia na saúde, também vamos exemplificar abaixo algumas vantagens específicas da tecnologia na saúde pública.
Agilidade
O acesso a exames e o agendamento de consultas são os principais desafios enfrentados pelos usuários do SUS conforme indicado pela pesquisa “A saúde que os brasileiros querem”, realizada pela Anahp (Associação Nacional dos Hospital Privados).
O gargalo da gestão de filas começa pela própria organização entre municípios e estados.
O uso de sistema de informação é uma oportunidade estratégica para resolver esse problema.
É com as soluções digitais que a área da saúde terá maior controle dos atendimentos e, consequentemente, reduzirá o tempo de espera do paciente.
Importante ressaltar que estamos falando de atendimentos de todas as esferas de complexidade. Isto é, desde o primeiro atendimento, passando pela atenção especializada até chegar, por exemplo, na fila à espera de um transplante.
Com os dados em mãos, municípios ou estados conseguirão dar o devido encaminhamento para o paciente, pois é por meio da tecnologia que é possível realizar uma gestão de saúde pública alicerçada em estratégias eficientes de acesso, atenção e comunicação.
Ou seja, as unidades de saúde conseguem padronizar processos, aderir a melhores protocolos clínicos, além de integrar informações de diversas áreas da administração pública, pois todos os dados ficam armazenados em sistemas de tecnologia da informação.
Ao mesmo tempo, médicos conseguem proporcionar melhor direcionamento e resolutividade da assistência, pois muitos pacientes podem ser encaminhados para a atenção primária, desafogando filas de especialidades, por exemplo.
Democratização da saúde
A tecnologia na saúde pública também vem para reduzir um dos maiores problemas do país: a desigualdade de acesso aos serviços.
Para garantir acesso a serviço de saúde de qualidade e com redução de custos para o sistema, essas premissas passam, necessariamente, pelo uso e implantação da tecnologia.
Com os avanços da inteligência artificial, IoT e softwares de gestão, como por exemplo, ERPs e HIS, ao utilizar essas tecnologias, secretarias de saúde terão acesso a dados que expõem a qualidade em saúde de uma determinada população.
Os principais benefícios são: atuar de forma preventiva e com tratamentos precoces, o que permite evitar a realização de consultas e exames desnecessários.
Retomamos aqui também o benefício de otimizar a fila de atendimento nos hospitais, bem como desafogar as filas do pronto-socorro onde devem ser encaminhados apenas pacientes com quadro urgente, que realmente precisam de atendimento presencial.
Telemedicina
É fato que a pandemia avançou de forma significativa a telemedicina no Brasil. A começar por sua regulamentação, que só aconteceu definitivamente em 2022, ainda que o diálogo para esse avanço era exaustivamente pedido pelo setor bem antes da Covid-19.
Em se tratando de Brasil, um país continental onde em regiões como a Amazônia uma viagem para o Hospital pode ser feita em dias de barco ou horas de avião, a telemedicina é uma ferramenta estratégica para o maior alcance dos atendimentos na saúde.
Investir em telemedicina impacta diretamente no problema visto acima, a gestão de filas. Pois, com a agilidade do atendimento a distância é possível orientar e encaminhar o paciente corretamente, sem ter o deslocamento desnecessário ou a lotação de pronto-socorro.
É com a telemedicina que conseguimos levar especialistas onde não existem e expandir o acesso à saúde pública.
A consultoria McKinsey estima que as receitas decorrentes do atendimento médico por telemedicina, farmácia e aparelhos vestíveis irão aumentar de US$ 350 bilhões, em 2020, para US$ 600 bilhões em 2024.
Interoperabilidade na saúde pública
O desafio para que a saúde pública explore todo seu potencial, tanto na qualidade como na amplitude do atendimento ao paciente, está em suprir toda essa demanda de forma eficiente e ágil, e isso se deve à infraestrutura.
E grande parte da solução para essa deficiência está no investimento em interoperabilidade dos sistemas de softwares.
Isso porque, hoje, temos diversos sistemas de saúde no país que trabalham de forma diferente, o que acarreta em fragmentação e dispersão de dados em nosso setor.
É preciso pensar em uma estratégia digital de saúde que faça com que os sistemas trabalhem juntos e conectados.
Para ganhar tempo e obter qualidade da informação, rapidez no diagnóstico e melhor desfecho clínico para o paciente é necessário que toda a saúde pública e seus gestores olhem com atenção para a interoperabilidade.
Pois é ela que habilita a continuidade do atendimento, a comunicação entre diversos profissionais para o acompanhamento do paciente e a troca segura de dados durante todo o cuidado.
Sem interoperabilidade os dados se perdem e cada vez mais distantes estaremos de medidas que possam interferir diretamente na qualidade de vida e prevenção de doenças de determinada região.
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