A tecnologia pode ser uma importante aliada na superação dos desafios para a implementação de processos de Segurança do Paciente.
O Dia Mundial da Segurança do Paciente, foi instituído na data de 17 de setembro, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo da iniciativa era mobilizar tanto pacientes, como profissionais de saúde, especialistas e pesquisadores do setor sobre a importância de práticas seguras ao longo do atendimento hospitalar.
Tamanha notoriedade sobre o tema vem ao lado de uma importante justificativa: a responsabilidade sobre a proteção do paciente. Isso porque erros e eventos adversos ainda são frequentes nas organizações de saúde.
O Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, prova isso. A pesquisa indicou que a cada cinco minutos ocorrem três mortes em hospitais públicos e privados por falhas que poderiam ser evitadas.
Ainda sobre erros e eventos adversos, o artigo publicado no The New England Journal of Medicine evidenciou o quanto a pandemia da Covid-19 impactou negativamente os indicadores relacionados à segurança na assistência. Dentre os eventos analisados, que registraram alta, estão: infecção de corrente sanguínea associada a cateter venoso central, quedas, lesões graves, lesão por pressão e eventos relacionados à ventilação mecânica.
Alguns fatores são responsáveis por esse cenário, como a sobrecarga do sistema e dos profissionais, o desconhecimento sobre a doença, a alta taxa de infecção, o atraso nos diagnósticos, a falta de equipamentos, entre outras questões vivenciadas pelos profissionais de saúde.
É fato que o erro está intrínseco à nossa condição humana, porém muitos deles podem ser antecipados e resolvidos, por isso, a importância do debate sobre a cultura de segurança do paciente para todo o sistema de saúde, além de ser um fator estratégico para a gestão hospitalar.
A evolução da Segurança do Paciente
A jornada pela garantia da qualidade e segurança do paciente promove não só a cultura de melhoria contínua, como também a oportunidade de muito aprendizado, uma vez que também guia para uma gestão e prestação do cuidado confiável, precisa e sustentável para atender as necessidades dos pacientes.
Em 2006, a Organização Mundial de Saúde (OMS), juntamente com a Joint Commission International (JCI), criou as metas internacionais de segurança do paciente. Tais metas, que também são adotadas pelo Ministério da Saúde, são:
1- Correta identificação do paciente;
2- Melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde;
3- Administrar medicamentos de forma correta;
4- Garantir que o paciente tenha uma cirurgia segura;
5- Prática da higienização das mãos;
6- Reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão.
No Brasil, temos também o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), que visa contribuir para a qualificação do cuidado em saúde, de acordo com a prioridade dada à segurança do paciente, na agenda política dos estados-membros da OMS.
Além disso, temos também a RDC 36/2013, que instituiu ações para a segurança do paciente com a obrigatoriedade de adotar princípios e diretrizes como:
- A melhoria contínua dos processos de cuidado e do uso de tecnologias da saúde;
- A disseminação sistemática da cultura de segurança;
- A articulação e a integração dos processos de gestão de risco;
- A garantia das boas práticas de funcionamento do serviço de saúde.
Ganhos com a cultura da Segurança
Estimular a cultura da segurança do paciente é trabalhar a educação dos profissionais de saúde, fazendo com que eles reconheçam os riscos e, acima de tudo, fazer com que eles acreditem que é possível minimizá-los e, assim, evitar erros significativos.
Nesse sentido, a segurança está atrelada a dois importantes fatores: aprendizado contínuo e promoção da cultura não punitiva. Com isso, a gestão da organização passa a promover um ambiente em que seus profissionais estejam aptos e seguros para os procedimentos a serem adotados.
Em caso de erros, ao invés de punir “quem” fez ir, identificar e corrigir “o que” foi feito para que, assim, sejam tomadas medidas corretivas e preventivas.
Além de trazer benefícios diretos para o paciente, a segurança também traz ganhos significativos para a gestão hospitalar. Segundo pesquisa realizada entre os países da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico), 15% dos gastos em saúde são usados para cobrir todos os aspectos dos eventos adversos, o que pode chegar a casa dos trilhões de dólares a cada ano.
No Brasil, os gastos decorrentes de erros e eventos adversos também são gigantescos. Estudo realizado pelo IESS, em 2017, aponta que os eventos adversos graves consumiram R$ 2,53 bilhões na saúde suplementar (3,8% das despesas hospitalares, para os 1.172.638 leitos-dia utilizados a mais nos pacientes portadores de eventos adversos).
Esses dados comprovam o quanto é importante a adoção de uma cultura de segurança para a sustentabilidade da organização de saúde. Nesse sentido, a tecnologia desempenha um papel fundamental e estratégico.
Tecnologia para a segurança do paciente
A tecnologia proporciona para a gestão de um hospital ou de uma clínica dados fundamentais para que procedimentos e o próprio ambiente ofereçam uma maior segurança do paciente, com efetividade e eficiência. O resultado é uma positiva jornada do paciente durante todo o seu atendimento.
O famoso Prontuário eletrônico de paciente (PEP), por exemplo, é uma importante tecnologia que reduz consideravelmente os procedimentos equivocados. Além de conter todo o histórico do paciente, a ferramenta pode ser acessada de diversos lugares, o que facilita ainda mais a rápida tomada de decisão. Como resultado, temos agilidade no diagnóstico e diminuição de erros.
Ainda sobre os PEPs, com eles é possível identificar se o paciente tem alergia a um determinado medicamento, por exemplo, o que pode ser uma informação crucial no momento da administração desses remédios.
A tecnologia também possibilita a checagem de medicação à beira-leito, informando ao profissional de saúde todos os procedimentos realizados com o paciente durante a sua internação, evitando assim o erro gerado por dúvida ou confusão.
Todas essas soluções que a tecnologia oferece para a maior segurança do paciente se fortalece ainda mais quando temos interoperabilidade. Desse modo, todo o histórico do usuário passa a ser compartilhado pelos hospitais, laboratórios ou clínicas que paciente passou.
Conclusões
Promover a Cultura de Segurança do Paciente traz notórios benefícios como os elencados acima. Para o paciente, centro de todo o sistema, mais cuidado, qualidade e segurança. Para o profissional, melhores condições de trabalho, uma vez que falhas nos processos e no atendimento são detectadas. Por fim, a organização de saúde ganha credibilidade no mercado e reduz custos significativos causados por erros.
Mesmo com tantas evidências sobre a importância de uma cultura de segurança e qualidade, o Brasil ainda está muito atrás. No total, o país possui cerca de 6.800 hospitais, sendo que 447 detém algum selo de acreditação, de acordo com o IQG – Health Services Accreditation. Ou seja, apenas 6,5% das organizações hospitalares do Brasil são acreditadas.
Esses dados apontam o quanto ainda temos que avançar quando o assunto é Segurança do Paciente, por isso, a importância do debate. Nesse sentido, para alcançarmos resultados significativos, que impactarão todos os agentes da cadeia de saúde, é necessário que a tecnologia esteja presente no dia a dia do hospital, pois, com dados, a assertividade de procedimentos e processos reduz significativamente o erro humano.
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