Integrar x interoperar

Integrar x interoperar: a otimização no processo de gestão de saúde 

Os desafios e avanços tecnológicos no setor da Saúde

Integrar x interoperar: você sabe qual é a diferença entre essas duas palavras? Com o investimento cada vez maior em ferramentas e soluções tecnológicas em saúde com o objetivo de agilizar processos e trazer a melhor experiência ao paciente, compreendê-las pode ser a diferença entre uma entrega de qualidade e de valor.

O aumento da produção e transmissão de dados, assim como sua análise, tem como foco a segurança e o benefício do paciente. Mas, de nada adianta tanta tecnologia nos processos médicos, se elas não conversarem entre si e oferecerem maior visibilidade e clareza nas operações.

Então, imagine o que você poderia fazer se tivesse as informações em um só lugar em um formato consistente.  Tudo isso seguro, acessível, e partilhável sempre que necessário. Seria incrível, não é mesmo? E será sobre isso que vamos tratar hoje neste artigo. Vamos lá!

Qual é a diferença entre integrar e interoperar?

É bem comum as pessoas confundirem interoperabilidade com integração de sistemas, porém, são processos distintos. Enquanto integração é a criação de um vínculo entre um sistema e outro, criando elos tecnológicos, a interoperabilidade é a responsável por padronizar nomenclaturas seguindo padrões internacionais de saúde, ou seja, possibilitando a troca de dados de forma eficiente e coordenada.

Para explicar melhor, a integração faz com que ao conectar um sistema ao outro, seja necessário alimentar apenas um para que o outro receba a informação. Um exemplo disso seria o cadastro de um paciente. Ao preencher em um local (sistema A) aparecerá automaticamente em outro (sistema B), pois foram integrados.

A interoperabilidade, por sua vez, surge para permitir a troca de dados entre as diferentes ferramentas utilizadas, gerando mais informações e relações significativas no cuidado do paciente. Ela envolve vocabulários e a unificação dos mesmos para que, independentemente, de onde você esteja (instituição, estado, país), seus dados possam ser lidos, processados, compreendidos.

Ela pode ser organizada em três dimensões que se comunicam e se complementam. São elas:

  • Interoperabilidade semântica:

Ela trata da descrição das informações. Isso para que o intercâmbio entre os sistemas possa acontecer de maneira veloz. É chamada de interoperabilidade semântica quando os dados de uma plataforma são corretamente interpretados por outra.

Ou seja, é uma padronização de significados, de acordo com o IBC, que promove o entendimento entre as partes envolvidas. “Envolve aspectos como: contextos da comunicação, taxonomia (classificação), significados, linguagens utilizadas, textos, imagens, sons etc”.

  • Interoperabilidade técnica

Quando os sistemas envolvidos utilizam padrões tecnológicos compatíveis para apresentação, processamento, coleta e troca de dados ocorre a interoperabilidade técnica.

E esse processo envolve itens, como sistemas de entrega de dados, dispositivos, interfaces, formatos de dados, aplicação e protocolos, bancos de dados, plataformas, segurança, redes, enfim, toda a parte técnica dos sistemas.

  • Interoperabilidade organizacional

Trata-se da reorganização da empresa no que se refere aos seus processos, objetivos e padronização das funcionalidades, segundo o IBC. E ela acontece quando duas instituições, mesmo com formas de trabalho diferentes, conseguem adaptar-se uma à realidade da outra.

Isso inclui as políticas de cooperação estabelecidas entre as organizações, os seus respectivos processos de trabalho e as suas estratégias.

Benefícios da interoperabilidade em saúde

A interoperabilidade em saúde traz aos gestores do setor uma grande vantagem, pois, ao integrar (ligar um sistema no ouro de forma que conversem) e interoperar (padronizar a linguagem) criam oportunidades que vão contribuir com o funcionamento de toda a instituição. Veja só alguns benefícios:

  • Otimização de processos;
  • Redução de custos;
  • Ampla segurança de dados da organização;
  • Agilidade na resolução de problemas/falhas;
  • Automatização de múltiplos processos, visto que estão sendo trabalhados em um sistema único, integrado e interoperado;
  • Aumento da produtividade da equipe;
  • Maior previsibilidade e assertividade na tomada de decisão. 


Interoperabilidade: um fator crítico de sucesso para o setor de saúde

De acordo com o estudo “Cuidados de saúde em 2022: Triagem x Transformação”, da Morning Consult e da Innovaccer, um fator chave para o sucesso de uma instituição de saúde é a prontidão com a qual os dados são disponibilizados. E a forma de fazer isso é com interoperabilidade.

Segundo a pesquisa 95% dos executivos alegam ser mandatório ter a transformação digital em suas organizações. Entretanto, 97% dentre eles, falam que precisam de mais interoperabilidade. Quase 3 em cada 4 dizem que é um item prioritário, mas, ainda está distante, já que metade ressalta que os dados em suas instituições ainda são altamente fragmentados.

“Além da parte financeira e recursos humanos, a interoperabilidade é a maior barreira à inovação. É um problema maior do que talento, cultura ou mesmo problemas de implantação.

É a barreira técnica nº 1 que sufoca a inovação”, destacam os organizadores do estudo.

Investir em interoperabilidade é investir em ações de curto prazo, que vão auxiliar as empresas do segmento agora; e, em longo prazo, com a transformação digital. 

E quando se pensa em razões para investir nessa operação, elas são muitas. Veja só:

  • Conformidade regulatória;
  • Demanda do paciente;
  • Processo em nuvem;
  • Novos modelos de negócios e, por aí vai.

Afinal, é preciso garantir que os sistemas tenham acesso a todos os dados do paciente, para que os médicos possam ter uma visão completa. Da mesma forma, os gestores para o gerenciamento de toda a instituição. Diante disso, é preciso começar agora a trabalhar para torná-los acionáveis, úteis e confiáveis para o cuidado das pessoas.

Interoperabilidade: uma ação regulamentada pelo Ministério da Saúde

 A Portaria 2.073, de 31 de agosto de 2011 “regulamenta o uso de padrões de interoperabilidade e informação em saúde para sistemas de informação em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, nos níveis Municipal, Distrital, Estadual e Federal, e para os sistemas privados e do setor de saúde suplementar”.

Nos próximos anos, novas tecnologias que possibilitam aumentar a personalização na entrega de serviços, de acordo com a conveniência e as preferências do paciente, vão surgir e gerar mais assertividade e, também, mais interação e interoperabilidade.

Da mesma forma, empresas já estão buscando sistemas que executem esse processo de forma mais simplificada, excluindo informações redundantes.

Atualmente existe um avanço significativo do uso de sistemas de informação nas instituições de todos os segmentos da saúde. Agora, é preciso integrar e interoperar, como dito aqui neste artigo. Afinal, essa é uma tarefa essencial para que as plataformas possam concretizar com eficiência o que se propõem a fazer.

Dificuldades sistêmicas atualmente

A saúde é inatamente pessoal, no entanto, a indústria, muitas vezes, perde de vista o lado humano da saúde, pois a prestação e a compreensão dos cuidados se tornaram cada vez mais desconectadas e complexas.

E é exatamente por isso, a interoperabilidade é um tema que se destaca por seu potencial de sucesso, já que melhora processos e ajuda instituições a entregar valor.

O sistema de gestão hospitalar por si só não supre todas as necessidades das organizações do segmento. É preciso integrá-lo a outras soluções que atendam demandas específicas por meio de fornecedores, especialistas, tanto de hardwares quanto de softwares.

O grande obstáculo, entretanto, no processo de integração, com os sistemas já utilizados nas instituições, é a indisponibilidade e a falta de engajamento dos diversos fornecedores de tecnologias, principalmente, de sistemas HIS.

Vale destacar ainda que, em muitos casos, uma integração envolve custos elevados de desenvolvimento e longos prazos para disponibilizar aos clientes.

Por outro lado, grande parte das instituições de saúde não possuem autonomia nem recursos para viabilizar as integrações necessárias. Com isso, deixam de implantar novas soluções tecnológicas por falta de integrações existentes.

O impacto? A não contratação de outras tecnologias. Se há não integração dentro do que existe dentro de casa, como contratar novas soluções? Com isso, a inovação é diretamente comprometida!

E por não ter a capacidade para interoperar dados, as organizações de saúde acabam criando estratégias limitadas, de baixo desempenho, prejudicando, inclusive, a sua competividade no mercado, sua produtividade e eficiência na prestação de serviços.

E para sair desse ciclo, alguns desafios precisam ser superados. São eles:

  • Padronização da Linguagem 

É necessário definir quais serão os padrões de linguagem, sistemas e armazenamento utilizados para que não haja um retrabalho e desperdício financeiro. São necessários desenvolvedores dedicados para superar essas limitações, aplicando regras que padronizam o vocabulário médico em todos os seus segmentos, facilitando a integração de dados. 

  • Formação de profissionais 

Um dos principais desafios dessa transição tecnológica é a adaptação dos profissionais aos novos processos e tecnologias. Portanto, investir em capacitação da equipe é essencial.

É preciso integrar e interoperar

Conforme tratado neste artigo, integrar e interoperar são coisas diferentes. Enquanto o primeiro trata de vincular um sistema ao outro, o segundo cuida da padronização da nomenclatura para que haja uma unificação de processos para onde quer que o paciente seja direcionado: um departamento, uma outra instituição, um outro estado ou até mesmo um outro país. 

Sistematicamente, uma combinação de ferramentas que interoperam e armazenam dados pode melhorar a assistência à saúde, integrando fluxos clínicos e de negócios para organizar processos e otimizar a eficiência de profissionais do setor.

Um sistema fechado não criará conectividade e unificação entre os muitos players e sistemas existentes. Criar mais soluções sem um compromisso de ecossistema aberto só contribuiria para os problemas que vemos hoje com sistemas fraturados e isolados.

A Otto hx é uma solução que atua nessas duas frentes e pode ajudar a conduzir esse processo dentro da sua instituição. Quer saber como? Então, agende uma conversa com um de nossos especialistas.  Por fim, não se esqueça de compartilhar este artigo em suas redes sociais. Dessa forma, você levará um conteúdo transformador a todos os seus amigos, colegas, familiares e a quem mais possa se beneficiar dele!

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