O protagonismo da Interoperabilidade na Saúde para assegurar o valor que as tecnologias oferecem para o setor
A 4ª Revolução Industrial, ou a Indústria 4.0 como muitos denominam, refere-se ao atual momento transformador que vivemos graças a tecnologias como Inteligência Artificial, Cloud Computing e Internet das Coisas. São ferramentas e recursos que avançam em diversos setores da economia, inclusive não setor de saúde, proporcionando soluções e atendimentos personalizados, automatizados e assertivos.
Todas essas ferramentas já estão disponíveis para facilitar a vida do gestor e profissionais de saúde. Mas, para maior eficiência dessas soluções, é crucial compreender a importância da troca de dados, uma vez que nunca tivemos tantas informações como agora.
Em meio a esse universo, é preciso que tomadores de decisão tenham em mão sistemas conectados, que conversem entre si e habilitem informações importantes e estratégicas por meio de uma mesma linguagem. E a era digital traz como palavra de ordem a interoperabilidade.
Antes de tudo, é preciso entender primeiramente que a interoperabilidade vai muito além de apenas auxiliar gestores e profissionais de saúde. Ela pode salvar vidas.
Pensando no dia a dia de um hospital, a interoperabilidade impacta diretamente na qualidade dos atendimentos e diagnósticos dos pacientes. Isso acontece porque, a partir do momento que o gestor ou profissional da saúde detém informações de diversos setores e especialidades, com o histórico completo e organizado do paciente, inclusive de outras instituições pelas quais ele passou, a comunicação se torna muito mais rápida.
Agilidade no atendimento é sinônimo de decisões dinâmicas, que respondem às necessidades do paciente. Portanto, ter o histórico de forma organizada e rápida é também empoderar a equipe médica. Afinal, a interoperabilidade, juntamente com a Inteligência Artificial, são relevantes insumos para que o resultado final do trabalho da equipe clínica seja o mais satisfatório possível.
Mundo digital x Realidade
Infelizmente, a saúde brasileira ainda não se encontra em um patamar elevado de integração de sistemas e um dos grandes desafios para alcançar essa interoperabilidade está no diálogo e cooperação entre os players.
Nesse sentido, é necessário analisar dois cenários distintos. Se olharmos apenas para dentro das instituições, podemos observar exemplos de referência no Brasil, com pouquíssimos hospitais digitais que disponibilizam aos seus profissionais uma rede robusta de informação, com acesso rápido, prático e tecnológico aos dados do paciente.
Nessas instituições de saúde, a interoperabilidade faz parte do dia a dia e está presente nos diferentes estágios da jornada do paciente. Isso significa que dados são coletados desde o agendamento pelo aplicativo, da primeira consulta, exames, internação e alta do paciente e, essas informações estão disponíveis para os profissionais de saúde.
Contudo, na maioria das vezes, esse rico mar de dados circula apenas nos corredores e consultórios do hospital. A complexidade de conectar e trocar os dados encontra muralhas quando estamos do lado de fora do hospital, compartilhando informações com outras instituições, laboratórios ou mesmo clínicas.
Um dos desafios que se coloca à mesa com os gestores é que quando discutimos a interoperabilidade na saúde temos que compreender que o setor possui instituições com diferentes graus de digitalização.
Se por um lado temos hospitais certificados pela HIMSS Nível 6, por outro temos estabelecimentos com grau de informatização muito baixo e que ainda se apoiam inteiramente no tradicional papel para o armazenamento de dados.
Além de estarmos diante de um sistema heterogêneo, com hospitais e instituições de saúde em diferentes estágios digitais, também há outro obstáculo que implica diretamente na interoperabilidade do setor: a organização de dados. Isso porque não há padrão para as informações e falta conectividade entre os sistemas.
O remédio para esse problema pode estar na colaboração e trabalho entre os provedores de soluções a fim de permitir maior integração entre os produtos. Diante disso, a indústria de tecnologia e informação deve assumir o compromisso de oferecer soluções abertas para o setor, capazes de trocar dados com tantos outros sistemas e instituições.
Assumir a obrigação de compartilhar e conversar com outros sistemas é também colocar o paciente no foco do sistema e reconhecer que ele é, definitivamente, o detentor dos dados de sua saúde. Afinal, o paciente é o originador, causa e base de tudo o que se faz na saúde, e quando falamos de tecnologia isso não é diferente.
Vale ressaltar que, dentro desse cenário, o usuário é atendido por diversas instituições de diferentes naturezas ao longo de sua vida e, mesmo sendo dono de seus dados, eles são os que menos têm acesso a essas informações.
Os frutos da Interoperabilidade
Compartilhar dados do paciente, por meio de um histórico centralizado, vai além de aprimorar a jornada do usuário e melhorar o desfecho clínico. Trata-se, também, de colaborar para a formulação de políticas públicas mais efetivas, uma vez que com dados em mãos é possível traçar estratégias e ações sobre a saúde populacional de determinada região, desenhando ações para o enfrentamento ou prevenção de doenças, por exemplo.
É também através da interoperabilidade que podemos obter grande parte da redução de desperdícios do setor. Afinal, com dados organizados e compartilhados entre os diferentes players da cadeia de saúde – sejam eles agentes públicos ou privados – é possível detectar exames realizados durante toda a trajetória do paciente. Esse histórico completo faz com que o paciente faça apenas os exames necessários, sem repeti-los.
Indústrias e prestadores de saúde em prol da Interoperabilidade
As indústrias fornecedoras de sistemas trabalham para oferecer aos seus clientes uma saúde mais eficiente, tecnológica e inovadora, mas isso encontrará significativos desafios se esses players, juntamente com prestadores de serviço e governo, não pensarem juntos e efetivamente na interoperabilidade dos dados.
A interoperabilidade é uma significativa ferramenta para aprimorar o setor e resolver problemas notáveis do cotidiano da saúde, como, por exemplo, ruído no fluxo de comunicação, problemas no agendamento de consultas ou a má administração dos processos.
É necessário que a indústria esteja apta para dialogar e, assim, firmar ainda mais o seu protagonismo na tão desejada saúde baseada em valor. Afinal, colocar o paciente no centro do sistema, promovendo maior acessibilidade aos seus dados, é fundamental para que possamos ter um atendimento completo, assertivo, com qualidade e sem desperdício.
Por isso, é urgente trabalharmos por uma padronização de dados, para que esses possam ser lidos, compreendidos e acessados por qualquer unidade de saúde. Fica evidente, então, a importância de fornecedores de soluções trabalharem em prol de uma comunicação e integração de informações.
Mas, prestadores de saúde devem ter em mente que, para esse intercâmbio de dados funcionar, não basta apenas a tecnologia. Também é preciso estabelecermos uma relação de transparência e tratar os dados do usuário como de propriedade do paciente, e não de forma paternalista.
A integração entre cuidados primários e hospitalares junto com laboratórios e redes de atenção, entre os diferentes centros requer uma relação de parceria e não dependência com o paciente.
A digitalização da saúde, definitivamente, é um caminho sem volta e a interoperabilidade é o Norte dessa trajetória.
Vamos colocar em prática!
Neste artigo, você conferiu a importância dos dados para a interoperabilidade, inclusive, que ela pode salvar vidas. Quer saber como aplicar tudo isso em sua instituição? A Otto Hx pode te ajudar. Agende agora uma demonstração e saiba como.